Na cadeira do salão de Andreza
Bento até gosta de cortar o cabelo. Claro, não pelo clima de salão de beleza - convenhamos, um salão minúsculo e calorento no centro do Recife não agrada tanto assim - mas por saber que após o corte ele terá uma tarde inteira no Parque 13 de Maio.
De qualquer forma, quando a cabeleireira começa a usar a tesoura ele já fica tenso: "Já terminou? Tá perto de acabar? Tá usando a máquina? Eu não quero a máquina, não, tá?"
E assim vai o corte inteiro. Na hora que a bendita máquina precisa entrar em ação, é preciso segurar a cabeça, oferecer doces, garantir que o martírio está chegando ao fim. O problema é que o cabelo cresce feito capim, e todo mês é preciso encarar o salão.
Hoje fui conversar com ele sobre o corte, tentar acalmá-lo um pouco para a próxima ida:
- Bento, da próxima vez que eu for cortar o cabelo de tio Riva vou te levar. Eu corto sozinha, com a máquina, lá na minha casa e posso cortar o teu também.
- Com a máquina? Quelo não.
- Mas filho, tu vai ficar com o cabelo igual ao de tio Riva e vai ser ótimo. - e virando para mainha continuei - A gente iria economizar um bocado.
E ele na mesma hora concluiu:
- Eu vou ficar rico!
Risadas geral. Fim de assunto.
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