27 janeiro, 2013

Uma festa e muito medo

Hoje foi a festa de 9 anos de Júlia aqui em casa.
Logo cedo fomos buscar Bento para almoçar com a gente e esperar a hora de os convidados chegarem.
Enquanto o dia passava, tudo certo.
Bento brincou, sorriu, correu.
Até que a noite chegou, e junto com ela um medo que ainda não se foi, o de o galo cantar.

Não sei se já falei sobre isso, mas Bento tem verdadeiro pavor do galo que dorme abaixo da nossa janela e canta a qualquer hora. Um dia, quando ele dormiu aqui em casa, o bendito galo cantou às 3h30 da manhã. Ele acordou assustado, chorou muito, e isso já faz mais de um ano. Nunca mais esqueceu. Toda vez que vem me visitar, o medo volta. Medo de ouvir o cacarejo quando menos espera. Por isso, vive pedindo para passar o dia aqui brincando, mas nunca mais aceitou ficar para dormir.

Hoje não foi diferente. O dia seguiu ótimo. Mas quando a noite chegou e fomos cantar parabéns veio a primeira crise. Assim que apagamos as luzes Bento gritou. Desesperado. Carreguei ele no colo para longe da mesa onde todo mundo seguia com o "nessa data querida..." e perguntei o que tinha acontecido. A resposta veio ainda entre soluços.
- É que quando a luz apaga, o galo canta.

Meu coração ficou tão, mas tão apertado.
Queria arrancar esse medo dele. Fazer ele entender - além das mais de mil tentativas de explicar que eu já havia feito - que um galo jamais o faria mal. Mas eu não consigo.
Então, mais uma vez, precisamos sair de casa no meio da noite, em pleno dia das Virgens de Olinda, para levar Bento à casa dele, onde dormiria tranquilo, sem receio de ser despertado em plena madrugada por um monstro terrível, de nome Galo.

Mais tarde mainha ligou, morrendo de rir, para contar o fim da história. Quando ela reclamou por você não ter dormido aqui em casa e ter saída no meio da noite, você respondeu.
- Quem mandou ela ter um galo? Se ela criasse um porquinho, um bezerrinho, um passarinho... eu dormia lá.

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