26 agosto, 2010

Curando as feridas

Pediatra, clínicos, vários dermatologistas, mudança de hábitos. Na época em que os primeiros dentes de Bento deram o ar da graça, passamos por uma saga para resolver um problema que invadiu seu rosto junto com a dentição: estranhas manchas na pele.
Começaram tímidas, por volta dos quatro meses. De repente, lá pelo final de junho, tomaram corpo, se espalharam pelas bochechas gordinhas, inflamaram, coçaram e trouxeram muito incômodo ao bebê. Uma fase que acabou lhe rendendo – e, por consequência, à Marcelle – muitas noites em claro, hábito que permanece até hoje e sabe-se lá quanto tempo irá durar.
A nós restou cuidar e medicar. As tentativas foram incontáveis. Muitos remédios, tomados sempre com total boa vontade da parte do paciente (com exceção do sorine, porque ninguém merece um negócio entrando pelo nariz e tomando seu rosto inteiro). Além de incontáveis tipos de sabonetes e pomadas de todos os preços. Cada especialista indicava um diagnóstico e um tratamento. O resultado nunca chegou. Ele piorava. Nós insistíamos.
Mesmo com a irritação, o alto astral nunca lhe abandonou. A gente o olhava cheia de dó e desespero por não poder resolver o problema dele, e ele nos devolvia o olhar mais feliz do mundo, com seus dois dentes enxeridos se mostrando como se nada fosse capaz de tirar seu bom humor. A verdade é que nada tira mesmo seu bom humor.
Como toda criança, Bento tem gripe, alergias esporádicas sem razão aparente, problemas devido à mudança de temperatura e à umidade. Tudo isso num corpo tão frágil é logo demonstrado com coriza, tosse, catarrinho preso, pouca fome e sono, que sempre vem acompanhado de um ronco chato, que o faz acordar assustado a cada cinco minutos. E se isso é capaz de tirar a paciência de qualquer cristão. Para ele é mais uma parte de seu dia.
Depois de uma tosse, um sorriso. De um espirro, outro sorriso. Uma tosse seguida de um pum, rende uma baita gargalhada. O remédio doce é mais um brinquedo. O sorine é arrancado do nariz direto para a boca, para servir como coçador de gengiva. E assim ele segue, brincando enquanto enfrenta suas dificuldades.
Um dia desses, há pouco mais de um mês, mainha estava contando pela milésima vez a história da alergia do bebê a mais um farmacêutico e ele lhe indicou uma pomada do Lafepe, Dexametasona. Um real, a bendita. Não custava nada tentar.
No dia seguinte, a inflamação diminuiu. No outro, as partes vermelhas ganharam um tom rosado. E não demorou para muitas delas sumirem de vez. Com tantos especialistas no assunto, foi a solução popular que deioxou o rosto de Bento ainda mais lindo do que já era. 

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