Quarta-feira, 24 de março de 2010

Farra do pão

Olha a cara de realização da figura!

Eu sou contra.

Não sou adepta a excessões, concessões ou nenhuma outra desculpa barata que possa servir como justificativa à irresponsabilidade. Bato no peito e faço questão de dizer o quanto sou careta quando o assunto é alimentação infantil.

Acho que os adultos têm direito de acabar com o próprio organismo de forma consciente consumindo frituras, massas, refrigerantes, bebidas alcoólicas, LSD ou qualquer derivado do mau funcionamento físico. Mas isso é com o ADULTO. O que não pode é fazer o errado e ainda dizer que acha certo, "que não vai fazer mal", que "toda criança acaba comendo". O que não pode é usar teorias ultrapassadas para inserir na alimentação da criança coisas que o corpo ainda não pode receber!

Um fato é preciso ser dito: Bento é olhão. Não pode ver ninguém comendo que fica bravo, fazendo birra! Ele quer participar da comelança junto com os adultos. Para ele, limites alimentares não fazem o menor sentido.

Para ver se já era hora de incentivar novos hábitos, perguntamos ao pediatra se estaria liberado o consumo de frutas aos três meses de idade. A resposta foi NÃO. Este momento é exclusivo do leite, materno ou NAN 1. Só leite.

Então, que parte da conversa Marcelle não entendeu quando resolveu que Bento participaria do jantar em família comendo PÃO? Sim. PÃO!!!!!!

Ela e mainha se divertiram com a astúcia. E Bento, claro, agarrou-se ao prêmio com voracidade e concentração. Apertou forte o pão, levou à boca e chupou até cansar. Ou melhor, até deixar em farelos DOIS, eu disse DOIS pães franceses.

Depois de tudo devidamente encerrado e registrado. Marcelle me ligou morrendo de rir - aqueles sorrisos de mãe realizada - dizendo que eu desse uma olhada no meu e-mail, porque estava me enviando fotos da "mais recente farra de Bento". "Mas toma um calmantezinho antes de abrir, tá? E não fica nervosa. Tá tudo bem!"

Foi com o coração aos pulos que fui conferir as fotos.

Aí estão elas. A farra do pão.

Por sorte, com a bênção de Deus e a proteção dos anjos, o menino não se engasgou com o farelo.

Mas que deu vontade de puxar os cabelos de Marcelle por conta de irresponsabilidade, ah, isso deu!

Quanto a mainha... desta eu já desisti. Dizem que avó deseduca. Agora sei bem o que isso significa. D. Graça está ultrapassando os limites da deseducação e beirando à loucura.